domingo, 26 de setembro de 2010

O crente e a política

Há algum tempo fui indagado por uma amiga e leitora do blog se havia postado algo com relação às eleições. Prontamente respondi que, na verdade, estava um tanto quanto atrasado quanto ao cronograma das minhas postagens, e completei dizendo que provavelmente não iria incluir nada a respeito, uma vez que estava evitando abordar temas que pudessem gerar polêmicas e discussões que, na maioria das vezes, não nos conduzem a lugar algum. Contudo, pensei melhor a respeito e notei que existe uma necessidade, um tanto quanto urgente, de que algo seja dito a respeito.

Por que digo isto? Porque, infelizmente, ainda vemos pessoas que não dão importância ao tema, esquivando-se de alguma forma (bem... acho que com este post me redimi... rs), mantendo-se afastado de toda e qualquer forma de contato com política. Algumas dessas pessoas só percebem o quanto ignoram o assunto na hora do voto. Diante da urna ele simplesmente não sabe o que fazer: "Será que eu anulo todos os votos, voto em branco ou voto naquele candidato que que me pareceu tão bacana? Mas e agora... não lembro qual era o seu número... mas tem o daquela musiquinha que eu ouvi quando vinha para cá. E agora?".

Não há um entendimento sobre a nossa responsabilidade com a política, e não me refiro só ao ato de votar. Existem pessoas que mais estão preocupadas com o que irá acontecer se o candidato "A" ou "B" assumir o governo do que com sua responsabilidade como cidadão, e mais, como servo de Cristo aqui na Terra. Quando Jesus responde aos fariseus e aos herodianos acerca de ser ou não certo que os judeus pagassem os impostos romanos dizendo: "... dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" (Mt 22.21), Ele faz uma alusão a divisão existente entre a realidade material e espiritual, bem como sobre a nossa responsabilidade com ambas as partes (neste caso, mais especificamente, com relação à questão política).

O servo de Deus deve ter sempre em mente que, a despeito do que ocorre ao seu redor, é Deus quem está no controle de todo o Universo. Não podemos nos esquecer jamais que ainda que "[...] andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus, para a destruição das fortalezas..." (2 Co 10.3, 4). Sempre devemos lembrar que as vitórias do crente são conquistadas não nas urnas ou em militâncias políticas, mas de joelhos perante o Todo Poderoso Regente dos Céus e da Terra!

É claro que devemos fazer a nossa parte. Não estou aqui dizendo que não possamos, ou devamos, nos envolver em questões políticas, seja candidatando-se a algum cargo ou atuando em alguma outra frente - até porque temos exemplos bíblicos notáveis de servos de Deus que atuaram de maneira crucial em questões políticas, e até em governos pagãos, dentre os quais podemos lembrar de José, Daniel e até mesmo Ester e Mardoqueu (ou Mordecai). Contudo devemos entender que embora vivendo neste mundo e tendo de respeitar a sociedade em que vivemos e o governo ao qual estamos submetidos (é claro, observando os preceitos bíblicos), não pertencemos a este mundo. E mais, na maioria dos casos esquecemos que temos acesso um poder muito maior do que o do Presidente da República, seu Vice Presidente, ministros, senadores, etc.; temos acesso ao Criador dos Céus e da Terra, e dEle temos recebido poder e autoridade para atuarmos tanto na realidade material, como na espiritual.

Sem dúvida alguma devemos cumprir nosso papel de cidadãos brasileiros, seja nas urnas, seja em obras sociais, na política ou no dia a dia, contudo, não podemos nos esquecer que somos mais do que isso: somos embaixadores de Jesus Cristo aqui na Terra, representantes do Seu Reino. Quem achar isso pouco não compreendeu ainda a essência do Evangelho.

O Reino a que pertencemos possui os mais altos padrões para o modo de vida daqueles que a ele pertencem. Se nos adequarmos bem ao Reino de Cristo, sem dúvida excederemos aos padrões de qualquer sociedade mundana. Agora, se vivendo de maneira a agradar a Deus seremos rejeitados pelos homens, julgo que responder a isso como Pedro seria a melhor opção: "[...] mais importa obedecer a Deus do que aos homens" (At 5.29), seguindo, então, com a nossa excelente missão de servir ao próximo por meio de uma vida moldada em Cristo e pregando o Evangelho glorioso de Nosso Salvador em todo o tempo, se possível, com palavras!

Amados, reflitamos nessas coisas, sabendo que "[...] não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus" (Rm 13.1; ver também Jo 19.11). Logo, independente do resultado das eleições, não devemos nos esquecer que Deus é aquEle quem concede autoridade [e retira, se assim desejar]. Nós como servos de Cristo devemos, sem sombra de dúvida, saber o que acontece no meio político e, na medida do possível, colaborar para que seja realizado o melhor para todos, seja exercendo função política, seja como cidadão do governo DEMOCRÁTICO do Brasil (um daqueles que pagam o salário de seus representantes), mas, acima de tudo, como servos fiéis do Único Soberano do Universo: o Deus Todo Poderoso!

Que Deus vos abençoe e até o próximo post (que espero não demorar tanto)!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Uma primeira análise sobre a Dependência de Deus



Desde pequenos somos incitados pelo mundo ao nosso redor a almejar e buscar com toda a nossa determinação a independência pessoal.

O mundo nos diz: "Não dependa de ninguém!", "Não confie em ninguém!", "Não se submeta a ninguém!"

Por sofrermos tamanha pressão e influência desde os nossos primeiros dias de vida, uma das maiores dificuldades do homem ao reconciliar-se com o Criador é a de submeter-se a Ele, confiar integralmente nEle e ser totalmente dependente dEle.

Aliás, passamos uma vida inteira sendo treinados, doutrinados a viver independentemente, e acreditando que esse é o caminho para a felicidade e verdadeira liberdade.

De modo a instruir Sua criatura nestas virtudes, Deus permite que diversas provações sobrevenham à sua vida, a fim de trazer à tona a si mesma quem realmente é, "trazendo à superfície seu verdadeiro caráter" (sobre isso falaremos mais em breve), e revelando à sua mente e coração quem é o Deus a quem serve da forma mais profunda, nunca antes vivenciada, o único a quem pode entregar-se por completo e em quem pode confiar plenamente.

Ah! Como custamos a entender isso!

Na verdade, nossa mente tende a criar saídas, maneiras, subterfúgios para transtornar a simplicidade de tal ato, bem como do Evangelho por inteiro, levando-nos a acreditar que precisamos fazer algo extremamente grandioso e memorável para movermos o mundo ao nosso redor, enquanto que, na maioria das vezes, são as simples atitudes orientadas pelo Espírito Santo é que mudam a história, a nossa e a daqueles ao nosso redor.

Não devemos lutar contra isso!

Basta que, verdadeiramente, dependamos do Senhor em tudo e façamos o que cabe a nós fazer!

Que Deus vos abençoe sobremaneira e lhes conceda a Graça de experimentar a cada dia uma maior dependência dEle e confiança nEle, aquEle quem nem ao seu próprio Filho Unigênito poupou!

Amém!